Na semana passada, o ex-prefeito de Itabuna, Capitão Azevedo, ainda sem partido, foi alvo de investida discreta vinda da base do governo do Estado. Emissários de um deputado estadual governista procuraram o ex-gestor com uma proposta tentadora: um cargo importante no governo da Bahia, no sul do Estado, com uma condição implícita – apoiar o deputado e Jerônimo em 2026.
A jogada tinha lógica política: afastar de vez Azevedo da órbita do grupo de Neto, preservando-o como um quadro “neutralizado” em Itabuna, onde ainda detém peso eleitoral nada desprezível.
Segundo uma fonte que acompanhou a movimentação, Capitão Azevedo declinou da oferta. Ouviu, agradeceu, mas não topou o pacote oferecido pelo emissário ligado ao deputado da base governista. A conversa, relata a mesma fonte, foi encerrada ali.
O detalhe é que essa aproximação veio logo depois de uma outra peça mexer o tabuleiro. O site “Políticos do Sul da Bahia” noticiou em primeira mão que o prefeito de Salvador, Bruno Reis (UB), entrou em campo para tentar reconstruir a ponte entre Capitão Azevedo e ACM Neto.
Com Bruno no circuito, o “passe” de Azevedo, que andava em banho-maria, voltou a ser valorizado. De ex-prefeito momentaneamente fora de cena, voltou a ser tratado como ativo estratégico em Itabuna – um cabo eleitoral com densidade, sobretudo em cenários de disputa apertada.
A partir daí, a equação ficou mais clara: se antes havia quem o visse como um quadro a ser cooptado ou isolado, a simples possibilidade de recomposição com ACM Neto reposicionou o ex-prefeito no mercado político baiano.
Nos bastidores, ninguém diz em voz alta, mas todo mundo entende o recado:
quanto mais Bruno Reis e ACM Neto se aproximam de Capitão Azevedo,
mais caro fica tentar convencê-lo – a permanecer distante.