quinta-feira, 18 de dezembro de 2025

Diálogo e construção coletiva fortalecem políticas públicas para a Aldeia Bahetá em reunião com a ANAI

 






Na tarde do dia 18 de dezembro, a Secretaria Municipal de Políticas Públicas para os Povos Indígenas, Pecuária, Agricultura e Pesca foi espaço de diálogo, escuta e construção coletiva. Caciques e lideranças da Aldeia Bahetá participaram de uma importante reunião com a presença da ANAI, sob a coordenação do professor Augusto Sampaio Laranjeiras e da antropóloga Isabel.

Durante o encontro, foi apresentado à comunidade o projeto Ywy Ipuranguete – Conservação da Biodiversidade em Terras Indígenas, uma iniciativa lançada pela ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, no Memorial dos Povos Indígenas, em Brasília (DF). O projeto representa um marco na luta pela proteção dos territórios e pelo fortalecimento dos povos originários. Em alinhamento com a Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas (PNGATI) e com o investimento de U$ 9 milhões, a iniciativa destinará recursos estratégicos para monitoramento ambiental e fortalecimento da governança indígena, garantindo que as comunidades tenham condições de proteger e gerir seus territórios de forma autônoma e sustentável. As ações de Gestão Territorial e Ambiental nas Terras Indígenas abrangidas pelo projeto contemplam cinco biomas, nos estados de Mato Grosso Do Sul, Bahia, Ceará, Pernambuco e Pará.

A ação beneficiará 15 Terras Indígenas em todo o Brasil, por meio da implementação dos Instrumentos de Gestão Territorial e Ambiental (IGTAs), com foco na proteção do território, soberania alimentar, geração de renda sustentável, fortalecimento institucional e preservação das culturas e tradições indígenas. Entre os objetivos centrais estão a redução do desmatamento, o enfrentamento às mudanças climáticas e a recuperação ambiental dos territórios.

No território Pataxó Hãhãhãe, o projeto prevê ações concretas como a recuperação de nascentes, o reflorestamento com o plantio de árvores nativas e a mitigação dos impactos ambientais que, ao longo dos anos, vêm afetando profundamente o povo e a terra. A degradação causada por práticas de economia predatória deixou o território fragilizado, exigindo agora cuidado, cura e reconstrução coletiva.

Como parte desse processo, foram realizadas diversas oficinas envolvendo caciques, lideranças, mulheres e jovens lideranças. Nesses espaços, surgiram propostas importantes para a implementação do projeto, incluindo iniciativas como quintais produtivos, reflorestamento, fortalecimento do artesanato, hortas comunitárias e medicinais, além da organização e mobilização de jovens e adultos.

Mais do que apresentar um projeto, o encontro reafirmou que a transformação do território depende do compromisso, da participação e da contrapartida das próprias comunidades. O cuidado com a terra é um compromisso coletivo, que garante sustentabilidade, proteção ambiental e esperança para as futuras gerações.

Seguimos juntos, fortalecendo o território, a cultura e a vida.